terça-feira, 7 de outubro de 2008

frete social


- Não queres ir tomar um cafézinho logo?
- Hã.. pá...
- Às 10 e meia no Avenida, entao.
- Olha mas eu...
- Vá, 'té logo!
- ... (oh que caralho)

E nao mais é que isto! Porque raio ha-de ser tão dificil recusar um simples café, ja nem falo das mentiras nas quais nos desfazemos quando a vontade nao é muita, falo daquelas alturas em que por uma simples questão de distracção, não conseguimos evitar o impasse e, naquele breve hesitar, la nos metemos em mais uma senda de hipócrisia visceral. Não é que a incumbencia, se assim lhe podemos chamar, transcenda as capacidades fisicas ou mentais de qualquer vulgar mortal, é que por vezes, pura e simplesmente nao apetece, fodasse!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Remate à trave...


"Escravatura é a prática social em que um ser humano tem direitos de propriedade sobre outro... " Penso que até aqui todos podemos concordar que esta premissa se enquadra perfeitamente no mercado do futebol actual, na bolsa de transfêrencias e nas obrigações inerentes ao cumprimento dos seus devidos contractos. No entanto, o que me provoca algum desconforto é o facto de um jogador de futebol que ganha 900 mil euros por mês, se queixar de escravatura. Não é que seja inveja, porque a tenho, não é que o rapaz jogue mal, porque não joga, não é certamente a natureza ridícula da maquina de fazer dinheiro que é o futebol, porque isso daria bem mais que uma entrada no blog. O que se passa é que o nosso menino de ouro está de acordo, com o que disse o senhor presidente da FIFA referindo-se aos jogadores de futebol como os escravos contemporâneos. Ora isto, basicamente, é estúpido! E como se não bastasse é também... Estúpido! É que não me sai mais nada, porque me estou agora a lembrar de umas pessoas, nao são muitas, talvez alguns milhões apenas, às quais, aqui à umas dezenas de anos, se costumava chamar de "escravos". Essas pessoas também sofriam como sofre Cristiano, oprimidos pelas pela pressão de uma sociedade doentia, também se viam privados da sua liberdade, como Cristiano, não podendo fazer as escolhas que querem em detrimento das que lhes são incutidas à força, e como se não bastasse de coincidências, também recebiam um ordenado chorudo de qualquer coisa como 900 mil por mês, como Cristiano, só que eram chicotadas... Mas isso na cabeça do rapaz, deve soar a algo como a moeda daquela altura, em que feitas bem as contas com as taxas de cambio e inflação deve estar ela por ela com o seu salário actual. É que só assim, compreendo sem questionar, o exacerbar do sentimento de companheirismo e o, de como quem fala de igual para igual, "sinto-me escravizado". Como eu te compreendo camarada...


nota: ultima frase deve ser lida em tom de nostalgia e ironia exagerada.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Sofrego sorriso entredentes...



A hipocrisia é o acto de fingir crenças, virtudes
e sentimentos
que a pessoa na verdade não possui. Mas como um acto de bondade ou compaixao aleatório e sem intenção, nao deixa de o ser por isso, a hipocrisia, como uma virtude desprovida de conteúdo, nao deixa de ser uma espécie de simpatia cordial com a qual somos quase "obrigados" a viver, para o bom funcionamento da maquina social em que estamos inseridos.

Tal como a inflação, as relaçoes interpessoais estão, por consequencia directa, ligadas a um ciclo vicioso e viciado de mentiras e corrupções morais. Dou como exemplo os politicos, aqueles seres despresíveis de que a maioria das pessoas não gosta, (e com razão) devido às suas desvirtudes aparentes. Mas dando a volta a questoes dogmaticas, estas criaturas nao sao politicos que por consequencia profissional, se veem ligados à rede de manipulação, demagogia e promessas viciadas que sao tao comuns nessa classe. são pessoas com um cargo aonde simplesmente se expõe com relativa facilidade, a faceta mais hipocrita e tendenciosa, inerente à raça humana. Somos dissimulados por natureza, procuramos a sobrevivencia e a lei da selva mantem-se inalterada desde o inicio dos tempos apenas o nome se encontra desactualizado. ao invés de lei da selva, talvez chamar-lhe Leis da sobrevivencia contemporanea. O que somos afinal, é em parte, aquilo que nos deixam ser, o que escolhemos escolher, as mascras que usamos, e o que deriva dessas escolhas que, boas ou más, nao deixam de se encontrar condicionadas por tudo o resto que nos rodeia.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

terça-feira, 20 de maio de 2008

"rise and shine" .. o cara***...


Existe, para todo o ser humano, uma hora do dia extremamente penosa, a hora do despertar. De olhos semi-serrados a passos atabalhoados pela casa, apoiamos as mãos nas paredes até que se recupere totalmente o equilíbrio vertical, a luz fere-nos os olhos, o chão frio, os pés descalços, e o espelho, esse fere-nos o ego, que parecendo mortos-vivos, poucas semelhanças temos com a pessoa, que, horas antes escovara os dentes no mesmo local. O sabor que se prende na boca, é algo de inexplicável, num misto de charutos secos de oferta de casamento e papel de jornal reciclado. o raciocínio toldado pela saudade da almofada, impede-nos de realizar as mais simples tarefas, desde abrir um pacote de leite sem derramar a colocar açúcar no café sem desperdiçar. Os bocejos constantes dificultam de sobremaneira a coordenação motora e a lentidão a que tudo isto se passa, raramente nos favorece a pontualidade. Tudo isto permite-me concluir que o ser humano não foi feito para cumprir horários. Estes foram pré-estabelecidos por uma sociedade doentia e todos concordamos, porque já assim o era quando nascemos. Ir de encontro às necessidades fisiológicas primárias de cada um é uma afronta à evolução e um insulto à Declaração Universal dos Direitos do Homem...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Ritinha e o pedestal...


Queima das Fitas, dia de cortejo.
Aglomerados de pais atropelam-se nos passeios adjacentes à Praça da Republica esperando a chegada dos filhos que, nos seus carros de curso, ostentam orgulhosamente a celebração do seu penúltimo ano de estudos.
Ritinha frequenta o curso de Psicologia, não reprovara um único ano e nunca terá deixado sequer uma disciplina para "trás", é como se costuma dizer, um exemplo para todos e o orgulho da familia.
O senhor e a senhora Gulhifontes, aguardam ansiosamente a chegada do seu rebento para a congratularem pelo excelente trabalho. Entre a barulheira dos estudantes eufóricos com a excitação da parada (e da bebida), la aparece Ritinha, descalça, meias completamente rasgadas, saia descomposta, e os três primeiros botões da camisa desabotoados, deixando ver o soutien branco em contraste com a sua pele morena. Na cabeça trazia a gravata o grelo em trança e uns óculos de sol cor-de-rosa que depressa tirou e colocou no nariz ao avistar os pais. De braços abertos e aos zigue-zagues esquartejava a língua portuguesa a torto e a direito, dando a impressão de estar a falar um dialecto exclusivamente seu.
Os pais perplexos, não compreendiam. O que se passaria com a sua querida filha, tão "atinadinha" tao "certinha e direitinha", como seria possivel encontrar-se naquele estado lastimável, o que diriam os avós se soubessem, e as pessoas meu Deus, se pessoas conhecidas a vissem. Em negação evidente, perguntam numa aflição, mais fingida que outra coisa, quem lhe havia feito mal. Rita olha para os dois (ou pelo menos parece olhar, não se percebe bem à custa dos ólculos de sol extremamente escuros e sujos de pó e cerveja) e num esgar entramelado arremessa um punhado de palavras das quais apenas se percebeu qualquer coisa como " a queima... vida... alcool... feliz..."

sábado, 10 de maio de 2008

Vários...

Pequenos duendes tentam abrir uma lata de sardinhas com uma espiga de milho, a fome aperta-lhes nos tornozelos, e sem se darem conta, ouvem a musica que um mendigo toca através de um bolso de umas calças de ganga rasgadas. Contam-se pelos dedos das mãos as historias que um velho embala, sentado na margem de um rio lamacento, vezes e vezes sem conta, com a noção de que a redundância latente não o perturba. A memória à muito se foi, resta-lhe um fio condutor, que de tão gasto e tão vivido, mais tarde ou mais cedo, partir-se-a. Fadas gigantescas tecem novelos de rimas traduzidas por um cravo vadio, nas enseadas do Tejo. Verdadeiros alfarrabistas tentam impingir as suas bodegas a qualquer alma que passe , inquisidora, nas ruas de uma cidade vazia. Pétrus, alcança a liberdade através de uma navalha enferrujada junto ao peito, suspirando incertezas feitas de coisas que há muito esqueceu. Feras famintas atropelam-se nas palpitações de um coração assustado. Na espera de um movimento brusco para o ataque, premeditado. E são assim as vontades, suspensas por fios invisíveis, balanceando-se de um querer para outro sem que se apercebam de que no fim das contas, larvas os devorarão...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Inquietações...


Sou torto pelas ruas direitas onde caminho. Não me evito, limito-e a ser tolerável comigo próprio.

O que se perde no fim, é o que nunca se teve, ou pior, o que nos tiram por afinidade...

Se me sentar num pensamento, embriago-me daquilo em que me sinto coberto. Nada mais é preciso. A necessidade por si só, é um sentimento desnecessário.

A lucidez atraiçoa. Que desapareça! Um dilacerar desassossegado de ideias é um comboio em linhas perpendiculares. A distancia que percorro é tão grande quanto o medo de alcançar o fim.

Se fujo, não me encontro. Se me encontro perco-me de mim.
Inquieto, sou sombra. Ser volátil é ter em si universos de estrelas em decadência.

Percorrer um trajecto não é mais que um passeio pela existência.

Sinto a rugosa angustia de respirar angustiado. Nela, pairo um pouco acima do que seria suposto pensar.

Não me vejo, pois sou foco insípido de transparência embaciada. Nisto, faço o que bem me diz o vento.

A manha raia de sol nos recantos da minha alma nocturna. Fecho os olhos e adormeço entre um clarão e outro.

Se fosse pintor, pintaria o preto de branco, e o tudo, de coisa alguma. Gostaria de tornar as coisas inversamente desiguais.

Se um passo é um começo, não passo de um começo à beira-mar, dividindo-me em metades que não se conjugam. Um passo de cada vez torna a vida enfadonha.

Deixo-me agir enquanto o pensamento dorme. Enquanto divago, destruo a acção e morre a quietude de um sossego.

O tempo é a dimensão do agir.

Se sinto, é-me vago. Se sou, não existo. De tudo o que possa fazer, deixo-me ir.
Balanço entre um e outro sem grande inquietação...

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Fernando, o domador de dentes-de-leao

Fernando, sagrava-se rapaz cativo das informalidades rotineiras. Nos termos em que as coisas que fazia nao lhe eram impostas por uma entidade superior. Executava-as por gosto e muito amor proprio. tinha por habito cortar as unhas dos pés e com elas alimentar a sua tarantula bebé. nao gostava que lhe abrissem as portas, reais, ou mesmo as metafóricas. tudo deveria ser feito á sua maneira. Tinha como sonho , desde criança, construir um circo no qual a principal atracçao seria a que sempre tivera pela senhora que lhe passava a roupa a ferro, vindo, logo a seguir, o dominio das maravilhosas plantas dente-de-leao. Demorou algum tempo até que Zé Quim de Nunes, bebado profissional, se chegasse á frente com o patrocínio. Colocando-lhe a disposiçao 2 pipas e meia de vinho caseiro. Daí, que ele tirasse quanto lucro conseguisse, com uma condição apenas, o vinho nao poderia ser vendido para temperos de bifana nem para vinagre. As condições nao agradavam Fernando, que desde muito cedo, manobrava na perfeiçao os utensilios de cozinha. Pretendia montar alem do circo, um stand alimentar ao estilo "drive-in" como aquele que aparecia no unico filme que viu na vida, "Eramos mais se o pessoal nao se cortasse á ultima da hora", em ingles "Most of them stood at home eating pudin".
Por fim, la encontrou maneira de ganhar dinheiro fazendo apostas multiplas numa feira gastronomica em como conseguia beber as 2 pipas e meia em 3 horas e 48 minutos, conseguindo somar a quantia de 4587 euros e 7 centimos usando-os (7 centimos) para comprar uma trinca numa fartura. Feliz da vida, como ja so lhe faltavam 4414 para os 9001 euros da entrada da prestaçao do circo, aposta tudo numa corrida de porcos perto de sao pedro de moel. O porco de nome Zatarra, no qual Fernando apostou todo o seu dinheiro, (na verdade era uma porca), vencendo o campeonato com distinção, deu-lhe a possibilidade de concretizar o seu sonho.



Actualmente, Fernando é o proprietário de uma das mais prestigiadas cadeias de circos de dentes-de-leao do mundo. Casou-se com Elvira (a senhora de 69 anos que lhe passava a roupa a ferro) e teve 4 filhos homens, todos ilegitimos.

Zatarra foi abatida, após ter perdido o campeoato do ano seguinte devido á gravidez, foi servida aos apostadores como cortesia pela perda do investimento, mas nao antes de dar a luz 7 leitoes, dos quais 1 morreu á nascença, 5 foram vendidos prós lados da mealhada e o ultimo, seguindo as pisadas da mae, apesar de nao ter uma pata, consagrou-se campeao internacional na categoria paraolimpica "three feet".

Smile VS Pac Man


Andava eu aqui perdido por devaneios quando me atravessa na ideia um paralelismo bastante curioso.. Não é que o Smile e o Pac-Man são exactamente a mesma coisa!?... Uma bola amarela personificada, boca e olhos. Um sorri, o sonho americano, felicidade e prosperidade. O outro come fantasmas e é japonês, o que até acho normal se tivermos em conta a gastronomia do país, ... (???) A sua alegada criação tem um espaçamento de 20 anos, tendo sido o Smile, o primeiro a surgir. Normal, país de vanguarda, progresso, etc.. Depois temos o Japão, com aquela relação de longa data, não muito amistosa, com os americanos. Não estando, no entanto, imunes às suas influencias culturais. Pode ser injusto para o senhor que criou o Pac-Man mas, para mim, é no mínimo suspeito...

Já agora, inicialmente chamava-se "puck-man" mas tiveram de adaptar para "pac" quando venderam os direitos do jogo a uma empresa americana, à custa das mentes perversas. Um "p" troca-se facilmente por um "f", eu paso a vida a faze-lo, e é chato, podass...

sábado, 19 de abril de 2008

A demanda



Acreditar, tem-se tornado uma realidade difícil de condicionar. Na medida em que se perde o sentido daquilo que nos permite continuar. Não sei se o descreva como sendo a terrível noção de que se afasta de mim a pureza, ou uma aproximação de cruel tendência para viver uma incerteza. No fundo o que se encontra é demasiado complexo para ser considerado só meu. Enquanto a superfície de calma se espelha em reflexos de alguém que não eu. Olho para o alto e a estonteante grandeza do infinito parece-me fugir a cada pestanejar. Sem adquirir uma forma concreta, esconde-se por detrás do manto de coisas que pretendo ignorar. Mais uma vez acabo, sem ter chegado a um fim. Desaparecendo, lentamente, em distancias somente feitas de mim...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Uma Estória Qualquer...

Entre tremoços voadores e amendoins paraquedistas, la estava Toninho a ser enxovalhado por todos, aliás, como sempre, na taberna do senhor Marcelino. Baixo, franzino e de expressão inexpressiva, parecia saido de um filme de terror, com aquele andar glamouroso dos zombies e corte de cabelo à lobisomem. Dentes, é que nem ve-los, e o seu odor enojava o mais repugnante dos seres. Toninho era, portanto, um óptimo partido.

O senhor Joaquim, com a filha em idade de casar, colocara um mauscrito no vidro da taberna, colado à escarradela, a avisar da abertura do concurso de candidatos a genro. Toninho não pensa 2 vezes, bebe 3 bagaços de pancada, chega-se a frente e, a gaguejar por tudo quanto era gengiva, la pede a mão da filha ao senhor Marcelino. Ora o senhor Marcelino, com as duas filhas já bem casadas, uma com o homem do talho e outra com o carteiro, apercebendo-se da confusão, olha com uma certa piedade para o pobre rapaz. Aquele tipo de pena que se sente quando se vê um cão abandonado, todo encharcado à chuva a atravessar a estrada. Já Marcelino Junior, filho do senhor Marcelino, manda-lhe em cheio um valente chuto no cú, às custas da falta de respeito pelo seu pai e irmãs. Toninho, à rasca das emorroidas, sem perceber um charuto, ainda tenta pigarrear um pedido de desculpas, mas Marcelino não perdoa, e calca-lhe a cabeça com as galochas do estrume. Quitas, a filha do senhor Joaquim, acaba de entrar nesse momento a tempo de impedir Marcelino de enfiar o 5º bufardo a Toninho, quase inconsciente, acabando por ser ela a enfardar.

La na aldeia ainda existe o costume de fazer as coisas à moda antiga. Quer sejam casamentos arranjados, medas de palha à cabeça, ou duelos de foucinha. Ao chegar aos ouvidos do senhor Joaquim que a filha havia sido agredida por Marcelino, este não tem mais nada, afia o instrumento à medida, tira o tractor do palheiro e segue em direcção à taberna. Toninho, por sua vez, recupera totalmente a consciência após lhe ter mijado em cima bem mais de metade da aldeia. Todo a pingar e com aquele cheirinho a lavado, pega em Quitas pela mão, a mesma mão que minutos antes havia decidido pedir formalmente em casamento, e rouba uma mula que se encontrava estacionada nas traseiras do estabelecimento. Fogem naquele instante para o Luxemburgo, onde os esperava um primo afastado, trabalhador na área da construção de autoclismos.

Nisto, chega o senhor Joaquim, que sem perguntar, vai directo a Marcelino, já arrependido, com ar submisso na tentativa de se desculpar do infortúnio que se abatera, ou melhor, que se iria abater sobre a sua cabeça. Joaquim, hábil foiceiro, em não mais que sete golpes, decepa Marcelino num piscar de olhos, vira costas e pergunta pela filha. Como seria de esperar, o povo atropela-se em explicações, tentando não desagradar ao homem, e la lhe vão contando por eufemismos, sem saber, o destino da rapariga. A reacção foi seguramente tudo o que menos se esperava. Joaquim encolhe os ombros e deixa sair um som que, quem estava mais perto, jurou ter sido algo como.. "eu não tenho filhas..."

A partir desse dia o senhor Joaquim nunca mais foi visto... Há quem diga que foi atrás da filha, outros dizem que se mandou ao rio. Cá para mim, para não se chatear muito, vendeu meia dúzia de terrenos, ou mesmo todos, comprou uma viagem para o Brasil e esta la agora, a gozar a reforma, cheio de mulheres, (ou homens) a satisfazer-lhe as vontades...



p.s. - Esta estória nao é actual, assim como os tempos verbais não são fidedignos. Vim a saber recentemente que Toninho fez uma plástica numa clínica em Bangkok, da-se pelo nome de Ban Ki-Moon e é o actual Secretário Geral das Nações Unidas. O paradeiro de Quitas é desconhecido, mas está em curso uma investigação privada, de patrocinador anónimo, na qual o principal suspeito será Toninho. Especula-se que terá vendido a mulher para fins de prostituição.

Window to Nowhere




We all came from the same

A sparkle sent from the skies

Between moist and heated water

The root of humankind prides

Do you know what you want?

Do you want what you need?

Do you need what you take?

When you take it out of greed?


A place to crash, a loaded dish

A big red car, a broken wish

A wife to blame

A slithering trait

Some ties and suits

Some love, some hate

A busted glass

A painted wall

A dark sacred night

No faith at all

A kind young lady

Some trust in men

And God screaming out

“I’ll do what I can”

Five tons of pressure

They bend and break

Some willing to give

Most eager to take

A tired old man

A window to nowhere

White and pale

Jabbering to the air

A wet smelly floor

Some knocking at the door

The sky as the limit

Just leave it just live it

The Vanity Fair

One hell of a freak show

A monkey and a bear

Some powder to grow

Rubbish in between

The serious drama queens

Some lose in the middle

But no one really wins.


We’ll meet again in the end

Gone treasury and lust

Make sure you understand

“Ashes to ashes dust to dust”.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Balburdia no charco - Paus, Pedras e Ossos

Um dia os amigos do sapo decidiram fazer-lhe uma festa

E convidaram a raposa da floresta.

A raposa era muito vaidosa e tirava macacos do nariz

Os amigos do sapo não gostaram muito da brincadeira,

Porque os macacos não tinham sido convidados

Gerou-se ali uma situação estranha

E o sapo, calado...

Nisto, da-se um tremor de terra.

Ficam todos abismados.

Olham, de soslaio, para o urso

Que era um animal corpulento e, como se avizinhava a época de hibernar, gordo.

O urso desculpou-se logo, alegando que não tinha sido ele,

Mas o sapo, que era matreiro, não foi no paleio do urso e ficou de olho nele.

A verdade é que poucos sabiam, mas o urso tinha um problema gastro-intestinal,

E volta e meia a sua barriga rugia como um leão, de resto, nada de especial.

Por falar em leão, este foi um convidado surpresa, visto ser amigo de longa data do sapo,

ao chegar perto, deu-lhe três abraços consecutivos, partindo-lhe costela e meia.

Percebendo o alvoroço, o lobo pôs-se na alheta, de mansinho...

“Lobo? Qual lobo?” Perguntam vocês. (vocês quem?) E com razão, ainda não tinha falado do lobo, que por sinal tinha sido o causador do primeiro terramoto la prás bandas do charco.

O lobo não tinha uma perna, havia ficado sem ela a jogar à patela com armadilhas para ursos. No entanto isso nada tem a ver com o facto de ser proprietário de uma pedreira, daí o terramoto, ou o que se julgou ter sido um terramoto, não este do dia da festa, o primeiro, do qual ainda não falei, já la vou.

O lobo foi-se e ninguém notou...



Balburdia no Charco - episodio piloto


Estavam três sapos sentados num charco

Um deles chamava-se Joaquim,

Os outros dois nem por isso,

apenas bebiam J.B.

Tinham os três uma maneira peculiar de falar

Mas nenhum sabia porquê.

Eram mudos de nascença.

Chegou uma rã e perguntou,

“desculpem, já é uma hora?”

Um deles coaxou,

os outros dois foram-se embora

“muito obrigado” disse a rã

e pôs um gorro de lã.

Faz frio la naquele charco.

No Evereste também,

mas o charco não fica no Evereste.

O Evereste fica longe, na fronteira entre o Nepal e o Tibete

e lá não há charcos porque a agua congela com o frio,

como o que a rã tinha.

Mas não é a rã que congela a agua do Evereste,

é a altitude e a rã é muito baixinha.

Havia ali perto uma casa, só que não tinha janelas,

Ou melhor, tinha, só que estavam partidas.

O sapo que restou, nada dizia,

(Acho que se chama Joaquim, é que para mim os sapos são como os chineses, todos iguaizinhos.)

A rã não estranhou, falar era coisa que ele não podia.

Não sei quem foi que lhe contou

Como é que ela sabia?

Deve ter sido o estorninho, aquele abelhudo dum raio...

O estorninho vivia na casa sem janelas inteiras.

A qual dividia com duas cabras cegas.

As cabras gostavam muito de sapos

Mas os sapos não iam la muito com a cara delas.

As cabras não sabiam qual a forma dos sapos, porque eram cegas, coitadinhas,

E quem sabe?

Talvez se não o fossem não gostassem tanto de sapos, talvez os achassem uns seres repugnantes e pegajosos, ou não.

Aliás lá para os lados do charco os sapos até eram animais muito bem cotados, não estavam propriamente no patamar da realeza, mas não ficavam abaixo da média. Isto é, socialmente, claro...

Há até quem defenda que alguns são príncipes.

Eu, pessoalmente, duvido, mas isso sou só eu, até porque nos dias que correm já não há príncipes de verdade, e por isso, de pouco ou nada lhes valeria serem príncipes de faz de conta...


(continua...)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Há coisas engraçadas... Não há?


Enquanto esquadrinhava a estante em busca de alguma coisa que ainda não tivesse lido, dei de caras com um pequeno livro, que comprei a dada altura, no Brasil. Ah, sim, "livros no Brasil?" dizem vocês, mas apesar do que possam pensar, quilo não é só borga e água de coco, muito menos praia, pelo menos, não para mim, adiante. Desde sempre tive alguma dificuldade em realizar as coisas em avanço, quer fossem trabalhos da escola, tarefas de casa, ou mesmo ligar a um amigo que não vejo há muito, não importa. Este funesto habito tem-me acompanhado ao longo da vida, e derivado dessa situação, numa das minhas idas à livraria, dei de caras com tal livro, de titulo: "Não deixe para depois o que você pode fazer agora", pensei para mim, bah.. mais uma treta de auto-ajuda e tal, daqueles livrecos que não interessam a ninguém, ou quase, julgo eu. Mas depois de um pouco reflectir, e como não era assim tão caro, "why not give it a try!?" (É, eu as vezes penso em inglês). E assim foi, comprei-o. Como não me poderia trair naquilo que chamo empatanço crónico, la fui deixando delongar a lida do livro até hoje. Calma, não estou a dizer que com isto o vou começar a ler, nãaa... Apenas acho piada à ironia de certas coisas. E voi lá! Era isto. De volta à prateleira.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Receita Caseira

Inspirado no post do meu amigo Farraj Farruq, acerca das testemunhas de Jeová (ver puroreflexo.blogspot). Decidi colocar aqui uma pequena receita que, julgo, de grande utilidade para aquelas pessoas que não gostam de ser incomodadas, mas não querem ser mal educadas.

- Pega-se numa fantasia de padre, típica, túnica preta e colarinho branco (compra-se em qualquer loja de chineses)

- Junta-se uma mascara de Carnaval, assustadora, q.b.

- Abre-se a porta de rompante, adicionando um som estridente à mistura.

- Deixa-se tremer por alguns segundos. Pede-se desculpa e fecha-se a porta.

* Esta receita pode sofrer alterações, dependendo da imaginação de cada um.
Foi comprovada pessoalmente, e já que falamos nestas coisas da espiritualidade, posso dizer que é remédio santo!

It's evolution baby... so... what's next?

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Nada. Será que dá?


Uma questão estúpida balançou-se agora na minha mente. Será possível falar-se de nada? Será que existe a possibilidade, ainda que remota, de dissertar sobre um tema que, por si só, não o é? Por onde começar? Qual a duração de uma conversa ou texto sobre nada? Se há contexto não é nada e sim algo que dentro de um contexto assume um significado. Talvez a definição de nada seja um tema mais simples de se traduzir em palavras, se utilizando a explicação de qualquer coisa que sabemos existir e lhe tirarmos tudo o que o caracteriza. Já o simples facto das palavras vestirem o nada é contraditório ao próprio nada. Então, em que ponto se encontra o nada? Pode-se dizer, na minha visão das coisas, que o nada é como uma árvore sem folhas, que não tem tronco, em que os ramos não existem, e a raiz nunca nasceu. Na verdade, o nada é tudo aquilo que não existe mas curiosamente, para se poder colocar o nada em oposição ao resto das coisas, temos de lhe atribuir uma existência, ora, se o nada não existe, o nada não pode existir como algo que existe para poder ser o contrario daquilo que existe. Complicado, não? Depreendo daqui que o nada, afinal, não é nada. E não se pode exigir mais nada de nada, contudo voltamos ao ponto de partida, a palavra, que não passa de uma representação linguística do que se pensa ser a ausência de tudo. Pelos vistos é possível escrever-se do nada. Vejamos as coisas nestes termos, sem chegar a conclusões e ainda assim ao falar de nada, estamos a ser fieis ao seu verdadeiro significado. O nada é um ciclo vicioso num movimento perpétuo, que nao tem origem e muito certamente não terá fim. Para já, chega-me...

domingo, 6 de abril de 2008

alice... ohhh alice...



"Oh my ears and whiskers, how late it's getting!"

...said the white rabbit to the girl...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

[17 Feb 2003|06:24am


De momento estou sentado numa sala de espera.. No aeroporto do meu pensamento.. (ting-tong - linha condutora com destino a pensamentos profundos gare 2 - ting-tong) .. Estou farto de me sentir confuso e abstracto... e que ginástica mental tenho de fazer para aceder a tais conclusões... pensando bem... nenhuma! Mais óbvio não há! (ting-tong - escapadinha mental com destino ao vale dos sonhos gare 1 com atraso de 4 horas - ting-tong) .. e como já estou sonolento resigno-me ao cansaço de pouco e porcamente mal escrever.. (hei, a mais não sou obrigado) mas enfim.. ao que parece .. estou confuso.. onde é que eu ia mesmo? (para a cama? devia, devia..) pois.. estou sentado .. na sala de espera.. e o que me assombra? nem quero pensar.. o simples facto de reler o que escrevi me agonia.. é que ainda não escrevi nada de jeito.. adiante, estou a espera de uma boa boleia para concluir esta inútil pasmaceira.. o pior é que já nem clareza suficiente tenho para ser directo nisso.. (ting-tong - lapso mental com destino ao esquecimento gare 3 - ting-tong) .. É o suficiente.. Estou de rastos.. NÃO! Nem de rastos estou .. Já nem me arrasto.. Vou no próximo voo para onde quer que me leve.. desde que vá daqui...

(...)

Sim, grande pasmo... Já se me entorpecem os dedos .. e cada vez com mais frequência me pergunto .. Para quê? .. enfim.. mas que preocupação aborrecida.. Já é tarde e tenho de... De que? Dormir... Supostamente... Obrigado pela atenção.. Se não perceberem é porque fui entendido... (ting-tong - ultima chamada para voo charter com destino a não sei onde, senhores pensageiros por favor dirijam-se aonde bem lhes apetecer - ting-tong)...

Um Naufrago


È tao incerto este caminho que seguimos, tao incerto este nosso sonho que tentamos agarrar e nos foge por entre os dedos como se de uma nevoa se tratasse...
Lembro-me de quando me chamavam criança, querer guardar nevoeiro numa saca e po-lo no congelador para o conservar. Espero sinceramente nunca deixar de acreditar em coisas impossiveis e espero que me continuem a chamar criança por muito tempo.
È tao vago aquilo em que acreditamos, e o porque de nos questionarmos constantemente sobre tudo é tao certo que me assusta pensar que nao ha nada de concreto e esta realidade em que vivemos nao passa de uma ilusao, que nos consome a cada dia que passa, que nos liberta a cada dia que passou.
No outro dia fui comprar um chocolate ao café, quando saí estava um menino mal vestido e mt sujo sentado a porta, dei-lhe o meu chocolate. Por que? ...
Por vezes o medo de uma resposta é tao grande que chega a ser maior que o sofrimento pela ausencia de uma certeza.

Se pensares que podias ter feito as coisas de outra maneira e te arrependeres vais saber k tu escolheste assim..

Nao ha nada...
Estas a entrada do teu barco e podes imaginar a viangem ke vais fazer, os sitios por onde vais passar, as coisas que vais viver, no entanto, estas fora do barco,
tudo o k possivelmente farás é nada por enquanto e se virares costas ao barco estarás a deixar nada...
porém, a um passo de agarrar tudo o que essa viagem te poderia dar...
Eu estou no barco em alto mar e ja sinto a agua nos pés.
Maldito barco... S.O.S. !!
Um naufrago...