Uma questão estúpida balançou-se agora na minha mente. Será possível falar-se de nada? Será que existe a possibilidade, ainda que remota, de dissertar sobre um tema que, por si só, não o é? Por onde começar? Qual a duração de uma conversa ou texto sobre nada? Se há contexto não é nada e sim algo que dentro de um contexto assume um significado. Talvez a definição de nada seja um tema mais simples de se traduzir em palavras, se utilizando a explicação de qualquer coisa que sabemos existir e lhe tirarmos tudo o que o caracteriza. Já o simples facto das palavras vestirem o nada é contraditório ao próprio nada. Então, em que ponto se encontra o nada? Pode-se dizer, na minha visão das coisas, que o nada é como uma árvore sem folhas, que não tem tronco, em que os ramos não existem, e a raiz nunca nasceu. Na verdade, o nada é tudo aquilo que não existe mas curiosamente, para se poder colocar o nada em oposição ao resto das coisas, temos de lhe atribuir uma existência, ora, se o nada não existe, o nada não pode existir como algo que existe para poder ser o contrario daquilo que existe. Complicado, não? Depreendo daqui que o nada, afinal, não é nada. E não se pode exigir mais nada de nada, contudo voltamos ao ponto de partida, a palavra, que não passa de uma representação linguística do que se pensa ser a ausência de tudo. Pelos vistos é possível escrever-se do nada. Vejamos as coisas nestes termos, sem chegar a conclusões e ainda assim ao falar de nada, estamos a ser fieis ao seu verdadeiro significado. O nada é um ciclo vicioso num movimento perpétuo, que nao tem origem e muito certamente não terá fim. Para já, chega-me...
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2 comentários:
Nada é tudo que eu tento dizer e ninguem me ouve, nada é o meu corpo comparado com nada de outro corpo qualquer, sempre que vou á procura de nada,acabo por nao encontrar nada, como vez falar do nada é mais que o nada que eu era para falar inicialmente...nada é o vazio da mente
A problemática do nada já me causou sérios transtornos..inicialmente parece muito interessante, mas quando começas a estuda-la a fundo ..."do que é" e "do que não é" como modo do ser.. e as várias categorias do ser, que se subdividem em outras mais... vamos dar á metafísica, ontologia ou mesmo filosofia primeira... Aristóteles, Platão, Wolff, sem deixar de falar do nosso amigo Fredegiso, com o nada e as trevas e a lista continua até ás questões contemporâneas... é o verdadeiro caos da existência ou neste caso ausência dela..??!!! Do que concluo que, tal tema já foi exaustivamente estudado e, portanto, não merece jamais causar de novo qualquer tipo de assombro em mim! Espero que tais questões não mais te incomodem a ti também!! brincadeira...é um tema muito interessante!...mas chato de se estudar..
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