Entre tremoços voadores e amendoins paraquedistas, la estava Toninho a ser enxovalhado por todos, aliás, como sempre, na taberna do senhor Marcelino. Baixo, franzino e de expressão inexpressiva, parecia saido de um filme de terror, com aquele andar glamouroso dos zombies e corte de cabelo à lobisomem. Dentes, é que nem ve-los, e o seu odor enojava o mais repugnante dos seres. Toninho era, portanto, um óptimo partido.
O senhor Joaquim, com a filha em idade de casar, colocara um mauscrito no vidro da taberna, colado à escarradela, a avisar da abertura do concurso de candidatos a genro. Toninho não pensa 2 vezes, bebe 3 bagaços de pancada, chega-se a frente e, a gaguejar por tudo quanto era gengiva, la pede a mão da filha ao senhor Marcelino. Ora o senhor Marcelino, com as duas filhas já bem casadas, uma com o homem do talho e outra com o carteiro, apercebendo-se da confusão, olha com uma certa piedade para o pobre rapaz. Aquele tipo de pena que se sente quando se vê um cão abandonado, todo encharcado à chuva a atravessar a estrada. Já Marcelino Junior, filho do senhor Marcelino, manda-lhe em cheio um valente chuto no cú, às custas da falta de respeito pelo seu pai e irmãs. Toninho, à rasca das emorroidas, sem perceber um charuto, ainda tenta pigarrear um pedido de desculpas, mas Marcelino não perdoa, e calca-lhe a cabeça com as galochas do estrume. Quitas, a filha do senhor Joaquim, acaba de entrar nesse momento a tempo de impedir Marcelino de enfiar o 5º bufardo a Toninho, quase inconsciente, acabando por ser ela a enfardar.
La na aldeia ainda existe o costume de fazer as coisas à moda antiga. Quer sejam casamentos arranjados, medas de palha à cabeça, ou duelos de foucinha. Ao chegar aos ouvidos do senhor Joaquim que a filha havia sido agredida por Marcelino, este não tem mais nada, afia o instrumento à medida, tira o tractor do palheiro e segue em direcção à taberna. Toninho, por sua vez, recupera totalmente a consciência após lhe ter mijado em cima bem mais de metade da aldeia. Todo a pingar e com aquele cheirinho a lavado, pega em Quitas pela mão, a mesma mão que minutos antes havia decidido pedir formalmente em casamento, e rouba uma mula que se encontrava estacionada nas traseiras do estabelecimento. Fogem naquele instante para o Luxemburgo, onde os esperava um primo afastado, trabalhador na área da construção de autoclismos.
Nisto, chega o senhor Joaquim, que sem perguntar, vai directo a Marcelino, já arrependido, com ar submisso na tentativa de se desculpar do infortúnio que se abatera, ou melhor, que se iria abater sobre a sua cabeça. Joaquim, hábil foiceiro, em não mais que sete golpes, decepa Marcelino num piscar de olhos, vira costas e pergunta pela filha. Como seria de esperar, o povo atropela-se em explicações, tentando não desagradar ao homem, e la lhe vão contando por eufemismos, sem saber, o destino da rapariga. A reacção foi seguramente tudo o que menos se esperava. Joaquim encolhe os ombros e deixa sair um som que, quem estava mais perto, jurou ter sido algo como.. "eu não tenho filhas..."
A partir desse dia o senhor Joaquim nunca mais foi visto... Há quem diga que foi atrás da filha, outros dizem que se mandou ao rio. Cá para mim, para não se chatear muito, vendeu meia dúzia de terrenos, ou mesmo todos, comprou uma viagem para o Brasil e esta la agora, a gozar a reforma, cheio de mulheres, (ou homens) a satisfazer-lhe as vontades...
p.s. - Esta estória nao é actual, assim como os tempos verbais não são fidedignos. Vim a saber recentemente que Toninho fez uma plástica numa clínica em Bangkok, da-se pelo nome de Ban Ki-Moon e é o actual Secretário Geral das Nações Unidas. O paradeiro de Quitas é desconhecido, mas está em curso uma investigação privada, de patrocinador anónimo, na qual o principal suspeito será Toninho. Especula-se que terá vendido a mulher para fins de prostituição.
O senhor Joaquim, com a filha em idade de casar, colocara um mauscrito no vidro da taberna, colado à escarradela, a avisar da abertura do concurso de candidatos a genro. Toninho não pensa 2 vezes, bebe 3 bagaços de pancada, chega-se a frente e, a gaguejar por tudo quanto era gengiva, la pede a mão da filha ao senhor Marcelino. Ora o senhor Marcelino, com as duas filhas já bem casadas, uma com o homem do talho e outra com o carteiro, apercebendo-se da confusão, olha com uma certa piedade para o pobre rapaz. Aquele tipo de pena que se sente quando se vê um cão abandonado, todo encharcado à chuva a atravessar a estrada. Já Marcelino Junior, filho do senhor Marcelino, manda-lhe em cheio um valente chuto no cú, às custas da falta de respeito pelo seu pai e irmãs. Toninho, à rasca das emorroidas, sem perceber um charuto, ainda tenta pigarrear um pedido de desculpas, mas Marcelino não perdoa, e calca-lhe a cabeça com as galochas do estrume. Quitas, a filha do senhor Joaquim, acaba de entrar nesse momento a tempo de impedir Marcelino de enfiar o 5º bufardo a Toninho, quase inconsciente, acabando por ser ela a enfardar.
La na aldeia ainda existe o costume de fazer as coisas à moda antiga. Quer sejam casamentos arranjados, medas de palha à cabeça, ou duelos de foucinha. Ao chegar aos ouvidos do senhor Joaquim que a filha havia sido agredida por Marcelino, este não tem mais nada, afia o instrumento à medida, tira o tractor do palheiro e segue em direcção à taberna. Toninho, por sua vez, recupera totalmente a consciência após lhe ter mijado em cima bem mais de metade da aldeia. Todo a pingar e com aquele cheirinho a lavado, pega em Quitas pela mão, a mesma mão que minutos antes havia decidido pedir formalmente em casamento, e rouba uma mula que se encontrava estacionada nas traseiras do estabelecimento. Fogem naquele instante para o Luxemburgo, onde os esperava um primo afastado, trabalhador na área da construção de autoclismos.
Nisto, chega o senhor Joaquim, que sem perguntar, vai directo a Marcelino, já arrependido, com ar submisso na tentativa de se desculpar do infortúnio que se abatera, ou melhor, que se iria abater sobre a sua cabeça. Joaquim, hábil foiceiro, em não mais que sete golpes, decepa Marcelino num piscar de olhos, vira costas e pergunta pela filha. Como seria de esperar, o povo atropela-se em explicações, tentando não desagradar ao homem, e la lhe vão contando por eufemismos, sem saber, o destino da rapariga. A reacção foi seguramente tudo o que menos se esperava. Joaquim encolhe os ombros e deixa sair um som que, quem estava mais perto, jurou ter sido algo como.. "eu não tenho filhas..."
A partir desse dia o senhor Joaquim nunca mais foi visto... Há quem diga que foi atrás da filha, outros dizem que se mandou ao rio. Cá para mim, para não se chatear muito, vendeu meia dúzia de terrenos, ou mesmo todos, comprou uma viagem para o Brasil e esta la agora, a gozar a reforma, cheio de mulheres, (ou homens) a satisfazer-lhe as vontades...
p.s. - Esta estória nao é actual, assim como os tempos verbais não são fidedignos. Vim a saber recentemente que Toninho fez uma plástica numa clínica em Bangkok, da-se pelo nome de Ban Ki-Moon e é o actual Secretário Geral das Nações Unidas. O paradeiro de Quitas é desconhecido, mas está em curso uma investigação privada, de patrocinador anónimo, na qual o principal suspeito será Toninho. Especula-se que terá vendido a mulher para fins de prostituição.
2 comentários:
se calhar ela prostitui-se para as nações unidas...
1º muito bem, já segues, de antemão, o acordo ortográfico, e tiras o "h" de hemorróidas... :p
2º faz um equipa, ou um torneio, com o carriço, a ver quem desatina mais... tb posso entrar, com "estupidezes em vão", mas n me apetece...
3º tira as letras de confirmação
4º experimenta outros estilos. pseudo-sérios. só pra ver como fica.
a ingenuidade do comment do MISTER darkman eh de uma leviandade extrema, preocupa-me que a mente tenha dificuldade em mudar de rumo, quando assim eh, resta ao sujeito seguir pela estrada da epopeia FACIL
Enviar um comentário