quinta-feira, 1 de maio de 2008
Inquietações...
Sou torto pelas ruas direitas onde caminho. Não me evito, limito-e a ser tolerável comigo próprio.
O que se perde no fim, é o que nunca se teve, ou pior, o que nos tiram por afinidade...
Se me sentar num pensamento, embriago-me daquilo em que me sinto coberto. Nada mais é preciso. A necessidade por si só, é um sentimento desnecessário.
A lucidez atraiçoa. Que desapareça! Um dilacerar desassossegado de ideias é um comboio em linhas perpendiculares. A distancia que percorro é tão grande quanto o medo de alcançar o fim.
Se fujo, não me encontro. Se me encontro perco-me de mim.
Inquieto, sou sombra. Ser volátil é ter em si universos de estrelas em decadência.
Percorrer um trajecto não é mais que um passeio pela existência.
Sinto a rugosa angustia de respirar angustiado. Nela, pairo um pouco acima do que seria suposto pensar.
Não me vejo, pois sou foco insípido de transparência embaciada. Nisto, faço o que bem me diz o vento.
A manha raia de sol nos recantos da minha alma nocturna. Fecho os olhos e adormeço entre um clarão e outro.
Se fosse pintor, pintaria o preto de branco, e o tudo, de coisa alguma. Gostaria de tornar as coisas inversamente desiguais.
Se um passo é um começo, não passo de um começo à beira-mar, dividindo-me em metades que não se conjugam. Um passo de cada vez torna a vida enfadonha.
Deixo-me agir enquanto o pensamento dorme. Enquanto divago, destruo a acção e morre a quietude de um sossego.
O tempo é a dimensão do agir.
Se sinto, é-me vago. Se sou, não existo. De tudo o que possa fazer, deixo-me ir.
Balanço entre um e outro sem grande inquietação...
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