Queima das Fitas, dia de cortejo.
Aglomerados de pais atropelam-se nos passeios adjacentes à Praça da Republica esperando a chegada dos filhos que, nos seus carros de curso, ostentam orgulhosamente a celebração do seu penúltimo ano de estudos.
Ritinha frequenta o curso de Psicologia, não reprovara um único ano e nunca terá deixado sequer uma disciplina para "trás", é como se costuma dizer, um exemplo para todos e o orgulho da familia.
O senhor e a senhora Gulhifontes, aguardam ansiosamente a chegada do seu rebento para a congratularem pelo excelente trabalho. Entre a barulheira dos estudantes eufóricos com a excitação da parada (e da bebida), la aparece Ritinha, descalça, meias completamente rasgadas, saia descomposta, e os três primeiros botões da camisa desabotoados, deixando ver o soutien branco em contraste com a sua pele morena. Na cabeça trazia a gravata o grelo em trança e uns óculos de sol cor-de-rosa que depressa tirou e colocou no nariz ao avistar os pais. De braços abertos e aos zigue-zagues esquartejava a língua portuguesa a torto e a direito, dando a impressão de estar a falar um dialecto exclusivamente seu.
Os pais perplexos, não compreendiam. O que se passaria com a sua querida filha, tão "atinadinha" tao "certinha e direitinha", como seria possivel encontrar-se naquele estado lastimável, o que diriam os avós se soubessem, e as pessoas meu Deus, se pessoas conhecidas a vissem. Em negação evidente, perguntam numa aflição, mais fingida que outra coisa, quem lhe havia feito mal. Rita olha para os dois (ou pelo menos parece olhar, não se percebe bem à custa dos ólculos de sol extremamente escuros e sujos de pó e cerveja) e num esgar entramelado arremessa um punhado de palavras das quais apenas se percebeu qualquer coisa como " a queima... vida... alcool... feliz..."
Aglomerados de pais atropelam-se nos passeios adjacentes à Praça da Republica esperando a chegada dos filhos que, nos seus carros de curso, ostentam orgulhosamente a celebração do seu penúltimo ano de estudos.
Ritinha frequenta o curso de Psicologia, não reprovara um único ano e nunca terá deixado sequer uma disciplina para "trás", é como se costuma dizer, um exemplo para todos e o orgulho da familia.
O senhor e a senhora Gulhifontes, aguardam ansiosamente a chegada do seu rebento para a congratularem pelo excelente trabalho. Entre a barulheira dos estudantes eufóricos com a excitação da parada (e da bebida), la aparece Ritinha, descalça, meias completamente rasgadas, saia descomposta, e os três primeiros botões da camisa desabotoados, deixando ver o soutien branco em contraste com a sua pele morena. Na cabeça trazia a gravata o grelo em trança e uns óculos de sol cor-de-rosa que depressa tirou e colocou no nariz ao avistar os pais. De braços abertos e aos zigue-zagues esquartejava a língua portuguesa a torto e a direito, dando a impressão de estar a falar um dialecto exclusivamente seu.
Os pais perplexos, não compreendiam. O que se passaria com a sua querida filha, tão "atinadinha" tao "certinha e direitinha", como seria possivel encontrar-se naquele estado lastimável, o que diriam os avós se soubessem, e as pessoas meu Deus, se pessoas conhecidas a vissem. Em negação evidente, perguntam numa aflição, mais fingida que outra coisa, quem lhe havia feito mal. Rita olha para os dois (ou pelo menos parece olhar, não se percebe bem à custa dos ólculos de sol extremamente escuros e sujos de pó e cerveja) e num esgar entramelado arremessa um punhado de palavras das quais apenas se percebeu qualquer coisa como " a queima... vida... alcool... feliz..."
1 comentário:
é um bom texto para o dia de nossa senhora de fatima....a ritinha é apenas uma de uma panoplia de meninas com meias rasgadas...grelo na cabeça.....mas sem elas a queima era uma salada de fruta sem alface
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