segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A intemporalidade do mutável

As palavras são como um par de sapatos velhos,


Quanto mais gastas, mais confortáveis são de usar.

É claro que não podemos negar a beleza que irradia um bom par de palavras novas,

Que como tudo o que é novo nos desperta algum fascínio e admiração.

No entanto é naquelas coisas que já conhecemos que depositamos a confiança.

Não tento com isto indagar o valor das coisas que quer novas ou velhas tem com certeza os seus próprios atributos

Mas é com conhecimento de causa que me deparo com o verdadeiro paradigma,

A mudança.

Vejo-a acontecer muitas vezes debaixo dos nossos olhos sem sequer me aperceber
sim, porque olhar não é saber.

E mesmo os mais atentos não conseguem determinar com precisão, quando algo começa a mudar.

Ainda que possamos apontar algo que se tornou em outro algo,

A mudança, essa, permanece uma incógnita.

Nunca pensei existirem coisas imutáveis,

Como dizia o outro, “…tudo se transforma”,

E agora que penso nisso talvez a única que não mude seja a própria mudança em si

Existe num perpétuo estado de redundância a velocidades diferentes com uma relatividade que não é sua.

No final somos o começo de um final que ainda agora começou na intemporalidade do mutável...

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